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Hotel Vincci Ponte de Ferro, Vila Nova de Gaia, 2021
Reconversão e Ampliação

Arquitectura
José Gigante
Fernando Santos

Colaboração

André Gigante
José Almeida


Especialidades
PPSEC


Localização
Vila Nova de Gaia, Portugal

Data de Projecto/Obra
2013-2021


Construção
Edimarante - Sociedade de Construções, SA / Eng.º Vítor Correia

Fotografia
Marta Maria Ferreira / Luís Ferreira Alves

O conjunto preexistente é constituído por três volumes escalonados de antigos armazéns de Vinho do Porto, construídos com paredes de alvenaria de granito ao longo da escarpa que desce abruptamente até ao Rio Douro, junto à notável Ponte Luís I que no final do século XIX passou a ligar as cidades de Porto e Vila Nova de Gaia. E ainda por um edifício à cota superior onde em tempos funcionou o denominado Casino da Ponte, um espaço de jogo clandestino. Constitui este conjunto uma unidade bem sedimentada no espaço urbano envolvente, complementando-o no desenho de uma sólida base do belíssimo Mosteiro da Serra do Pilar. Pelo modo como se implanta é bem legível que entre este conjunto e a paisagem que o enquadra se estabelece uma relação mutuamente contemplativa, transformando a construção em elemento indissociável da caracterização arquitectónica do Lugar. Daí o propósito de que o Hotel se dilua na arquitectura envolvente, preservando e aprofundando a sua pertença ao conjunto que lhe dá sentido, sabendo que qualquer destaque demasiado ostensivo o banalizará, aproximando-o do conceito de tantas unidades hoteleiras que aspiram a uma imagem demarcadora da sua presença. Alguns aspectos foram tidos em conta na concepção do projecto tendentes a consolidar esta inserção urbana e paisagística mas também evidenciar subtis sinais que permitam ler a discreta individualidade do Hotel: - A manutenção da fachada e respectivas fenestrações dos três edifícios preexistentes dos antigos armazéns onde se situam os quartos aos quais é adicionado um piso superior novo mas desenhado em absoluta continuidade. - A manutenção do ritmo e dimensão das janelas existentes nestes volumes, sendo que os novos pisos superiores acrescentados respeitam nas aberturas as mesmas características de modo a preservar a identidade da fachada no que respeita à relação cheio/vazio e à modulação das aberturas. - Execução de todos os enxertos e alterações nestas fachadas com alvenaria de granito à vista e pintada de branco, à semelhança dos antigos armazéns vizinhos intercalados entre o terreno do Hotel e o Rio Douro. - Consolidação da imagem do edifício superior do antigo Casino, nomeadamente no que se refere ao seu apoio na escarpa, pela construção do novo volume de ampliação do restaurante concretizado num compacto corpo de betão capaz de criar uma base sólida desse antigo edifício onde se situa a entrada do Hotel. - Desdobramento dos ascensores em duas prumadas diferentes, permitindo ligar o corpo do restaurante ao próprio volume destes, conferindo mais unidade ao conjunto. Por outro lado, tal processo de desdobramento viabiliza a colocação de um tramo superior dos acessos verticais dentro do edifício existente, reduzindo o impacto visual do novo volume de ampliação. - Desenho de um percurso interno articulando os doze pisos ao longo do qual se pode beneficiar, em todos os níveis, da magnífica paisagem do Rio através de enquadramentos com várias direcções. Refira-se ainda a presença de um circuito alternativo interno ao longo de espaços onde a escarpa se encontra visível e que constitui a revitalização de um antigo percurso.

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