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Edifício Banco Borges & Irmão, Braga, 1985

Arquitectura
José Gigante

(Gab. Jorge Gigante/Francisco Melo)

Colaboração
Fernando Santos

Projeto de Fundações e Estruturas
Rui Fernandes Póvoas

Projecto de Instalações Eléctricas e Mecânicas
Constantino Matos Campos

Projecto de Instalações de Águas e Esgotos
Veloso Cardoso

Localização
Braga, Portugal

Dono de obra
BPI

Data de Projecto/Obra
1979-1985


Construção
Sociedade de Construções Espaço, Lda.

Fotografia
Arquivo José Gigante

No centro da cidade de Braga, um conjunto construído por acumulações sucessivas, mas já bem sedimentado na memória da cidade. Nele ocupando uma posição importante, o edifício preexistente é já inseparável dessa memória. Um projecto para um volume de sete pisos previamente fixado, na substituição de duas unidades existentes - a primeira intervenção de choque, capaz de sugerir a destruição gradual de todo o conjunto. A atitude tomada será, neste contexto, inevitavelmente crítica. Numa procura desesperada de encontrar raízes se encontra o fundamento vital da imagem. A fachada antiga, isolada como superfície visualmente assimilada, é o elemento mediador. Pertencendo à imagem do lugar, é agora apropriada como parte integrante da composição. Expressa como membrana declaradamente falsa, determina as principais tensões que moldam o pano de vidro justaposto, sugerindo a métrica que o disciplina. A cumplicidade entre as duas fachadas é assim escolhida para tema e evidenciada na própria escolha dos materiais. O pano de vidro de modulação regular e sem elementos de destaque permite realçar a superfície preexistente, mantendo-a bem presa no movimento dos planos. Um pormenor tipo, adaptado circunstancialmente às várias situações segundo regras constantes, é no fundo o reduto onde se condensa a concepção de uma superfície cuja transparência é denúncia deliberada da estrutura de betão armado que a suporta. A consistência do detalhe não se esgota nele próprio - está essencialmente na garantia de coerência do todo. Isolada, mas íntegra, a fachada antiga conserva todos os elementos de detalhe que lhe dão forma, tanto no exterior como no interior. Três materiais dominantes percorrem o espaço interior da agência bancária e da caixa de escadas que conduz aos andares: o mármore, o estuque e o latão. A relação entre eles baseia-se em princípios de composição e detalhe generalizados ao conjunto e circunstancialmente adaptados às situações que resolvem. Um quarto material, a luz, é o elemento complementar. Nos desencontros da cidade se desenha o compromisso - na cumplicidade entre as duas fachadas.

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