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Ampliação da Central Telefónica de Rio Tinto, Gondomar, 1990

Arquitectura
José Gigante
(Gab. Jorge Gigante/Francisco Melo)

Colaboração
Fernando Santos

Projeto de Fundações e Estruturas
Engenharia e Serviços, Lda.

Projecto de Instalações Eléctricas e Mecânicas
T.L.P. - Telefones de Lisboa e Porto

Localização
Rio Tinto, Gondomar, Portugal

Dono de obra
Portugal Telecom

Data de Projecto/Obra
1986-1990


Construção
Alcides da Silva Oliveira e Filho, Lda.

Fotografia
Sérgio Antão

O corpo de ampliação é simultaneamente autónomo e comprometido com o edifício existente. Autónomo na concepção da sua própria estrutura, na escolha dos materiais que lhe dão forma. Comprometido na relação que estabelece com a rua, na assimilação da escala do volume existente. E também na libertação da sua fachada lateral, onde se abrem as janelas que iluminam a sala principal. O betão é o material que molda a caixa. Na sua plasticidade é também mensurável. Afirmando a sua massa, compenetrado nas regras que a si próprio impõe, deixa-se dimensionar pelas juntas onde se lêem tempos de fabrico. Na ligação com a fachada lateral existente, a caixa abre-se, deixa a cobertura repousar em apoios pontuais e apropria-se do espaço intercalar, a partir do qual o sentido da composição ganha legibilidade. Aqui se movimentam as paredes brancas, não estruturais, desligadas da cobertura, desenhando o contorno do espaço de recepção, exibindo a sua flexibilidade própria. O painel metálico, onde deliberadamente se concentra o conjunto das portas de entrada, articula os seus planos. Assim se aponta a continuidade que vai dar forma ao corpo de ligação à central existente. Corpo de união, onde ao mesmo tempo se desenha o afastamento possível. E, finalmente, o tijolo, unificando a base do conjunto no muro da rua, ou desenhando o acesso, antecipando a chegada ao corpo de ampliação. Superfícies onde se revê a textura das fachadas do edifício existente, elementos exteriores aos quais, excepcionalmente, a caixa de betão decide confiar um dos seus apoios pontuais. Desenhar um objecto no qual se procura tornar explícito o lugar relativo que a cada elemento cabe no interior da ideia de construção que lhe dá forma. Dissociar deliberadamente as partes, para que o conjunto que as unifica se torne mais consciente das regras que o estruturam - este o exercício que o projecto propõe.

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