Laboratório Nacional de Investigação Veterinária, Vairão, 1998
Arquitectura
José Gigante
João Álvaro Rocha
Colaboração
Francisco Portugal e Gomes
Fernando Santos
Maria João Lima
Ana Sousa da Costa
Jorge Pereira Esteves
Luís Tavares Pereira
Pedro Ruano de Castro
Roberta Albiero
Comportamento Higrotérmico
Vasco Peixoto Freitas
Projecto de Fundações e Estruturas
Engenharia e Serviços, Lda.
Projecto de Instalações e Equipamentos de Águas e Esgotos
Vasco Peixoto Freitas
Fátima Pimenta
Projecto de Tratamento de Água e de Águas Residuais
Chia-Yau-Cheng
Projecto de Instalações e Equipamentos Mecânicos/Rede de Gás
Gestão de Energia Térmica, Lda.
Projecto de Instalações e Equipamentos Eléctricos/Segurança
Engenheiro Rodrigues Gomes & Associados
Projecto de Arranjos Exteriores e Áreas Ajardinadas
José Gigante
João Álvaro Rocha
Manuel Pedro Melo
Localização
Vairão, Vila do Conde, Portugal
Dono de obra
Laboratório Nacional de Investigação Veterinária
Data de Projecto/Obra
1991-1998
Construção
Engil, S.A.
Fotografia
Engil, S.A.
Situado num território de largos horizontes, desenhado por grandes campos de exploração agrícola e por aglomerados dispersos, o projecto, pela dimensão e complexidade do programa, aproxima-se do significado que esses aglomerados adquirem na pontuação da paisagem. É aí, entre lugar e paisagem, que o projecto procura a sua matriz através das relações que estabelece entre as várias escalas: unidade, conjunto e território. A fragmentação dos corpos que o compõem tenta desenhar a permeabilidade capaz de esboçar um equilíbrio entre o edifício e a paisagem - no modo como se tocam, como se deixam ser e ao mesmo tempo se dão a ler. Equilíbrio esse que, não iludindo a dimensão real do edifício, deve também encontrar fundamento na identidade de cada segmento do programa, cuja expressão formal é indissociável da razão que dá sentido ao conjunto. O seu ordenamento resulta da capacidade de tipificar elementos e assim construir a regra que permite estabelecer a repetição e a excepção. Repetir significa melhor identificar a unidade, revelando a sua capacidade de variação dentro da mesma regra para integrar expansões futuras. O seu princípio de desenho resulta também da necessidade de modelar o terreno. Assim, o desenho da unidade é o desenho do próprio terreno e assenta na vontade de articular a escala do lugar com a escala do território. A excepção confirma a identidade de cada unidade, fixando a escala do conjunto através do estabelecimento de um referencial que oriente a multiplicidade de leituras de aproximação ao lugar. A matriz de desenho que temos vindo a explicar é ela mesma a razão de ser da composição espacial do edifício. Condensar a complexidade programática, de estrutura e de infra-estrutura, significa produzir um espaço cujo desenho se vai obtendo pela convergência dos vários níveis de informação. O espaço é protagonista - quando a sua essência transcende o significado das partes que o configuram. A concepção formal, longe de se deter numa qualquer pré-figuração de imagens limitativa da investigação que o projecto deve veicular, admite, pelo contrário, que a síntese formal é o resultado criativo da manipulação equilibrada de todos os elementos que informam a especificidade do programa de trabalho. A forma é afinal o modo de expressar arquitectonicamente esse conjunto de condicionantes. O que mais nos interessa num projecto é o discurso que o suporta, a ideia que o constrói, a leitura que propõe a partir do conjunto de circunstâncias sobre as quais actua. Por isso, a condição artística do projecto está no caminho que percorre entre ideia e forma. Caminho esse só concretizável quando “o artista e o homem se aproximam de si mesmo, do seu mundo próprio, da sua realidade do mundo que se descobre”. (1) (1) - António Ramos Rosa