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Casa António Teixeira, Famalicão, 2004

Arquitectura
José Gigante
João Gomes

Colaboração
Fernando Santos

Tiago Delgado
Nuno Silva
André Gigante

Projecto de Comportamento Higrotérmico
Prof. Eng. Vasco Peixoto de Freitas, Lda.

Projecto de Fundações e Estruturas, Instalações e Equipamentos
Luís Granja-Projecto de Engenharia e Comercialização de Imóveis, Lda.


Localização
Bairro, Vila Nova de Famalicão, Portugal


Data de Projecto/Obra
1999-2004


Construção
Construções Pinto & Irmão, Lda.o


Fotografia
Luís Ferreira Alves
Arménio Teixeira

O facto de se dispor de dois lotes contíguos permitiu adoptar uma solução de um único piso, baseada num desenho que privilegia uma relação directa de todos os compartimentos com o exterior. As traseiras da habitação, embora orientadas a Norte, beneficiam de um amplo espaço ajardinado que convida a situações de franca permeabilidade entre interior e exterior. Tal permeabilidade revela-se sobretudo na sala comum, através de um grande alpendre cuja cobertura se deixa perfurar de modo pontual. A frente da habitação, embora orientada a Sul, é naturalmente mais frágil no que toca à sua privacidade e, por isso, se achou adequado levantar o muro de vedação até uma altura que impeça a  visibilidade. Entre casa e muros não existe dissociação possível, já que, no modo como convergem na apropriação do terreno se desenha uma inequívoca cumplicidade. O espaço interior da habitação é ordenado com base em três áreas distintas, constituindo as duas primeiras a habitação propriamente dita e a última o conjunto de garagem e serviços. A área central, integrando os espaços comuns, é constituída pela sala, cozinha e escritório, todos directamente acessíveis a partir do vestíbulo de entrada. Este abre para a rua através de uma passagem exterior limitada lateralmente por dois altos muros que, protegendo visualmente, servem também de elementos de marcação capazes de melhor expressarem o ponto de acesso à habitação. Nos espaços que integram esta área destaca-se a grande sala comum, que, estabelecendo uma directa relação com o jardim, abre também no sentido da rua de modo a colher, a Sul, os benefícios de uma melhor orientação solar.  A grande dimensão da sala permite o seu desdobramento em duas áreas complementares (refeições e estar) separadas por um pequeno desnível que, melhor ajuda a caracterizar cada um dos espaços. O fogão de sala, corporizado num volume rebocado suspenso do tecto, é peça fundamental no seu ordenamento.          O segundo conjunto de espaços é constituído pela ala dos quartos, totalizando seis unidades. Finalmente, o terceiro conjunto é constituído pelas áreas complementares da habitação, onde se incluem a garagem e a lavandaria. Um pátio de serviço articula tais espaços complementares, antecedendo o salão de jogos que, integrando um corpo destacado formalmente identificável com os muros, se liga visualmente ao jardim através de um vão envidraçado. Refira-se que todos os compartimentos, sem qualquer excepção, dispõem de aberturas capazes de lhes proporcionar uma franca relação visual com o exterior – um procedimento em absoluta consonância com o desejo expresso de que a composição do volume não passe pela subalternização de espaços, na consciência de que estes serão sempre inevitavelmente os protagonistas do facto arquitectónico. Limitadas pelas superfícies rebocadas da grande laje de cobertura e dos muros que a suportam, as fachadas onde as aberturas se inscrevem tomam a forma de superfícies contínuas integralmente executadas com elementos metálicos. Na área de quartos, escritório e cozinha, alternando painéis fixos de alumínio com folhas envidraçadas que, deslizando, atrás deles se recolhem. Na área de garagem e serviços, adoptando configurações diversas adequadas à funcionalidade de cada espaço. Finalmente, na sala comum, adoptando em ambas as fachadas planos totalmente envidraçados que, assegurando a continuidade visual entre os dois lados do terreno, desenham a transversalidade capaz de conferir a este espaço o seu natural protagonismo.

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