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Conjunto de Habitações em Banda "Pontalta2, Gavião, 2006

Arquitectura
José Gigante
Nuno Valentim

Colaboração
Fernando Santos

Ivo Oliveira
Alexandra Balona Oliveira

Comportamento Higrotérmico
Prof. Eng. Vasco Peixoto de Freitas, Lda.

Projecto de Fundações e Estruturas, Instalações e Equipamentos
Luís Granja-Projectos de Engenharia e Comercialização de Imóveis, Lda.


Localização
Gavião, Vila Nova de Famalicão, Portugal


Data de Projecto/Obra
1999-2006


Construção
Construções Gabriel A.S. Couto, S.A.o


Fotografia
Luís Ferreira Alves
João Gomes

O terreno, com significativa pendente para Poente, constitui uma parcela inserida numa envolvente descaracterizada, polvilhada por habitações unifamiliares descontroladamente implantadas que, no seu conjunto, são incapazes de afirmar um claro princípio de ordenamento do território que ocupam. Com frente a Poente para um caminho municipal, o terreno confina, na restante extensão dos seus limites, com os logradouros das habitações que o cercam, no desencanto de um cenário marcado por muros inacabados, anexos improvisados e a desconexa implantação dos volumes edificados. É este quadro, marcado por descontinuidades e desequilíbrios, que o projecto procura aproveitar como estímulo para a formação de uma ideia de Arquitectura. Face a tal enquadramento, é importante que o projecto contraponha um desenho capaz de conferir ao novo conjunto uma identidade própria, reconhecível num ordenamento onde cada unidade habitacional se assuma como peça indissociável daquele mesmo conjunto. Sendo assim, adoptou-se uma associação de fogos em banda, de modo a obter volumes resultantes cuja dimensão os demarcasse claramente da envolvente e, por forma a melhor garantir a integridade de tais volumes, optou-se por dispô-los em plataformas de nível espaçadas ao longo da pendente. Assim se procura assegurar a estabilidade volumétrica do conjunto, através do controlo planeado de cérceas e remates, essencial para disciplinar a imagem global a partir dos vários pontos de vista possíveis, deste modo procurando estabelecer o princípio de ordenamento para uma forma equilibrada de apropriação da encosta. A composição exterior dos volumes ensaia um compromisso entre a unidade do conjunto e a leitura individualizada de cada parcela, transformando o somatório das várias fracções em extensos blocos compactos onde se procura expressar a indissociabilidade entre o individual e o colectivo. A estrutura de betão armado, pressentida nas fachadas na sua qualidade de elemento disciplinador, determina as regras capazes de tornar legível essa indissociabilidade. É também no interior da métrica estrutural que se encontra o modo de compor as fachadas: preenchendo os pórticos com elementos opacos de madeira cujo distanciamento aos pilares gera os vãos envidraçados. A configuração destes sublinha, por sua vez, a leitura da estrutura, consumando aquilo que, regra geral, aceitamos como objectivo de um projecto de arquitectura: o protagonismo da obra no seu todo, na consciência de que este depende sempre do rigor com que se desenham as partes que lhe dão corpo.

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