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Casa Laura Fonseca, Macieira da Lixa, 2014
Reconstrução

Arquitectura
José Gigante
Ângelo Lopes 
Fernando Santos

Colaboração
Pedro Barata Castro

Localização
Lixa, Portugal


Data de Projecto/Obra
2004-2014


Fotografia
Luís Ferreira Alves

Num pequeno conjunto agrícola pretendia-se a reconversão de um sequeiro em habitação - um abrigo que noutros tempos serviu para guardar cereais, complementando a função da eira contígua. A construção era rudimentar. Levantada com espessas paredes de pedra, abria-se para a eira numa estrutura porticada de granito, complementada por vãos pontuais de menor dimensão. Tais vãos eram preenchidos com portadas de ripado de madeira que, no piso superior, se abriam, suspensas, para o interior. Uma laje de betão armado (entretanto executada) separava os dois pisos, de alturas reduzidas, contribuindo de modo improvisado para a sustentação do sequeiro. Na readaptação procurou-se um equilíbrio entre o existente e a sua revitalização de acordo com o novo programa, tentando preservar a sua identidade arquitectónica, não no sentido de reconstituir a construção primitiva, mas no âmbito de um novo contexto onde se redefine essa mesma identidade. Para tal, manteve-se a estrutura das paredes de pedra, procedendo-se à sua consolidação. No interior, refez-se a estrutura do piso elevado e da cobertura com base num sistema de perfis de ferro e madeira, complementado por divisórias leves na compartimentação do espaço e por forras periféricas com isolamento térmico. O desenho da cobertura procura repor a forma primitiva, daí resultando no piso superior espaços de reduzida altura na sua periferia. Exceptua-se o volume do quarto de banho, revestido a zinco, que, por necessidade de pé-direito, emerge do telhado. A redefinição do sentido formal dos vãos surgiu das novas exigências funcionais e de conforto. Enquanto os espaços comuns, comunicando com o exterior, privilegiam planos de vidro, os mais privados optam por aberturas de menor dimensão, algumas integradas no reguado de madeira que, sugerido pelo revestimento original da fachada de topo, passa a envolver o piso superior na área de fachada antes ocupada pelos esteios de pedra em ruínas.

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