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Residência Sénior e Centro de Apoio aos Peregrinos, Vila Nova de Gaia, 2015
Não construído

Arquitectura
José Gigante 
José Almeida


Localização
Carvalhos, Vila Nova de Gaia, Portugal

Data de Projecto
2014-15

Fotografia
Arquivo José Gigante
 (obra)

A implantação e volumetria propostas na solução apresentada tomam como referência fundamental tanto a configuração topográfica e paisagística do local como a consideração da evidente importância da Alameda da Senhora da Saúde ao longo da qual se vai gradualmente antecipando a chegada ao Santuário. Uma solução que tem como propósito servir de referência para uma edificabilidade controlada de um e de outro lado da Alameda, no quadro de uma evolução de conjunto medida mais no sentido do benefício coletivo do que de meros aproveitamentos especulativos de carácter imobiliário. Porque, face à morfologia do local e à sua caracterização identitária, não nos parece que, em caso algum, se deva prescindir do devido controlo urbanístico-arquitetónico relativamente a todo e qualquer propósito construtivo sobre o qual se venha a redesenhar a transformação e revalorização do Lugar. Nesse sentido, o presente projeto, pela sua localização e dimensão, tem evidente responsabilidade na “requalificação do Monte Murado em termos ambientais, paisagísticos, arqueológicos e de usos”, bem como na “preservação e valorização das condições naturais do Monte, de forma a constituir um espaço de lazer, cultura e culto em ambiente natural” e ainda, a seu modo, de modo direto, na “requalificação urbana da Alameda da Senhora da Saúde”. Por isso mesmo, o projeto aposta numa solução que evidencia de modo radical a preocupação de uma inserção volumétrica do edifício na topografia do terreno, nunca ultrapassando a cota mais alta deste mas que, simultaneamente, compatibiliza este propósito com a afirmação de uma frente que, embora recuada e de modo discreto, define, ao longo da sua extensão, uma relação de compromisso com a Alameda. Pela leitura dos desenhos e, sobretudo, das fotografias da maqueta de trabalho que incluímos no processo, torna-se claro que o volume proposto, contínuo ao longo da Alameda, se fragmenta na retaguarda em vários corpos longilíneos diluídos na pendente do terreno, cuja cobertura vegetal se prolonga nas próprias coberturas dos mesmos corpos e, em geral, de todo o volume. Por outro lado, e pela leitura dos desenhos, nomeadamente das plantas, torna-se também expresso que o recuo da frente construída ao longo da Alameda permite acentuar e sobrevalorizar a leitura do denso alinhamento de arborização proposto no sentido da consolidação do ambiente paisagístico local que enquadra o acesso ao Santuário. Esta preocupação será prolongada no projeto de tratamento paisagístico do terreno no seu todo, onde se procurará implementar a utilização de espécies autóctones, no sentido da consolidação do ambiente florestal envolvente, no quadro de uma conceção apostada na diluição da leitura do edificado sobretudo a partir dos pontos de vista situados às cotas superiores do terreno.

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