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Casa Deolinda Castro, Mansores, Arouca

Um terreno acidentado, descendo até ao rio; na plataforma superior uma construção existente a recuperar. A implantação do novo corpo não suscitou grandes dúvidas - a plataforma era estreita e o vale oferecia horizonte largos.

Entre o ordenamento do espaço da habitação e a expressão a relação tornou-se evidente - o movimento do telhado reafirmou-a.

Aceitou-se o compromisso com as preexistências - sem porém iludir a cumplicidade entre a forma e os materiais que a constroem.

Duas leituras possíveis: de longe, a mancha do suporte de pedra e a linha branca da cobertura na continuidade do existente; de perto, a descoberta dos materiais: o aparelho do granito e a repartição do branco por superfícies diferentes - reboco e betão tornam-se identificáveis. E também o modo de construir o objecto.

Do outro lado do vale, alguém olhará a casa, e, na vaga percepção da sua figura, julgará ter entendido o sentido da sua composição. Depois aproximar-se-á , e, já dentro da habitação, olhará de novo o vale. Entretanto, a figura terá começado a ganhar corpo.

Pouco a pouco, o desenho vai-se tornando inteligível... 

Arquitectura
José Gigante

Colaboração
Fernando Santos

Localização
Arouca, Portugal

Data de projecto
1979 - 82

Fotografia
Arquivo José Gigante

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