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Plaza UAM - Edifício Multiusos do Campus Universitário, Madrid, 2007

2º Lugar - Concurso Internacional

Considerando o programa e o carácter público da futura “Plaza de la UAM”, a proposta é indissociável do ordenamento da área envolvente, tendo em conta a caracterização urbana do Campus e a sua reinterpretação com base na nova racionalidade inerente ao projecto.

Daí a aparente contradição que o projecto se propõe resolver: por um lado, o edifício constitui-se como uma peça única, de volume bem identificável e com forte presença no ordenamento do conjunto na sua condição de equipamento de interesse comum; por outro lado, condensa em si mesmo o propósito de dar continuidade ao jardim numa perspectiva de articulação de espaços de lazer, assim dando cumprimento à essência do programa.

O que se pretende é que tal relação seja fundadora de todo o projecto e daí a ideia de incorporar um amplo pátio ajardinado no interior do volume - um espaço de antecipação da praça coberta para quem a ela acede a partir do jardim. Um pátio exterior de dimensão exactamente igual à da referida praça, num claro propósito de estabelecer uma cumplicidade entre estes dois espaços de apropriação colectiva. Uma gradação deliberada entre exterior e interior que tende para uma ambiguidade latente na leitura comparada entre os elementos arquitectónicos que integram o espaço contido.

O edifício surge como uma peça cuja aparente semelhança com um monólito se dissipa porém pela decomposição do volume no seu interior e pela imaterialidade que decorre da relação estabelecida com o terreno.

À primeira vista, a sua leitura exterior revela um objecto estranho, neutro, uniforme nas suas superfícies contínuas de betão armado branco, aparentemente indiferente à envolvente urbana.

Contudo, um segundo olhar descobrirá algo diverso: o suposto monólito encontra-se suspenso no ar, levitando sobre o jardim. Por detrás da membrana de betão que o limita, a luz natural desce e reflecte-se até ao solo, revelando a delgada espessura da fachada. E, sob esta, suportando os balanços, os apoios ocultam-se nos dois corpos de embasamento, compactos e regulares, embora integralmente revestidos por uma superfície de vidro que deliberadamente dissimula a sua solidez. Aqui, de modo  mutante e aleatório, podem surgir todos os sinais publicitários e/ou informativos que anunciam as mais variadas funções que animam o interior da “Plaza”. Um sistema de iluminação próprio transformará tais superfícies em elementos visualmente apelativos, sugerindo a improvável imaterialidade que finalmente fará levitar o volume sobre o espaço ajardinado.

Uma insustentável leveza: a do amplo e cintado corpo de betão que, sem o tocar, se apropria do espaço onde se implanta.

Arquitectura
José Gigante
João Gomes
Ana Pedrosa
José Almeida
Ângelo Lopes

Localização
Madrid, Espanha

Promotor
Universidade Autónoma de Madrid

Data de projecto
2007

Fotografia
Arquivo José Gigante

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